quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Assalto para a mão amada

Ocorreu em castelo branco mais um assalto a uma ourivesaria. Mas este foi diferente dos outros. Foi engraçado.
O assalto aconteceu por volta da 19h, ainda a tempo de directos nos telejornais da noite. Foi perpetrado por dois assaltantes, aparentemente, amadores. Ou simplesmente parvos. Aparentemente estrangeiros (xenofobias à parte, simples factos). Já a ourivesaria estava fechada, com a proprietária e uma empregada a arrumarem o estaminé, quando um homem bate violentamente na porta de vidro empunhando uma arma. A proprietária, julgando ser um cliente de última hora, foi abrir a porta. A senhora, do alto da sua inocência, pergunta-lhe o que deseja, ele responde que queria um anel para a noiva. O pobre homem, de arma bem visível na mão, entra e de imediato berra para que ambas as mulheres se deitem no chão. A empregada de imediato aceitou a ordem, afinal era apenas uma assalariada e ninguém lhe pagava para levar um tiro. A proprietária, de idade avançada, não se ficou e pegou num ferro batendo com ele no braço do larápio. Este, tal foi o golpe da senhora, deixou cair a arma no chão. A velhota aproveitou os momentos de dor do assaltante e fugiu até uma pastelaria da vizinhança gritando por socorro. O senhor gatuno, quando acordou do momento agonizante de dor e ao ver que o assalto estava a dar para o torto, sai do estabelecimento e desata a correr rua fora. Nesse momento junta-se à corrida o seu cúmplice que havia ficado a controlar o exterior da loja. E lá seguem eles rua abaixo em corrida, provavelmente a fugir da ira da velhota ourives. Nisto cruzam-se com um polícia que inicia perseguição a pé. Um dos ladrões dispara tiros contra ele e consegue alvejá-lo na coxa (esta é a única parte não engraçada da história). Este terá sido o maior erro da dupla uma vez que originou uma caça ao homem por parte da psp. O segundo larápio que não se havia metido em grandes confusões dispersa-se no meio da população e ninguém mais o vê. O outro, coitado, fica encurralado num parque de estacionamento. É aqui que entram os directos para o telejornal, o meliante de arma apontada à cabeça, um polícia tentando demovê-lo do suicídio. Entretanto, com a conversa, o senhor ladrão pede uma cerveja e um cigarro. Só faltavam a mesa e a cadeira para que o cenário fosse de uma esplanada em que o empregado trajava farda policial. Esta cena ainda durou umas duas horas, entre conversas e ameaças, até que o reconfortado assaltante se entregou à forças policiais.
Vamos ver se o juiz deste caso aceita a atenuante por ter sido um assalto com algum grau de comicidade e não prende o assaltante por muitos anos. É que ele está noivo...

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